Quando é hora de voltar à faculdade? Veja como escolher o momento certo

Especialistas dão sugestões para os profissionais que pensam em se especializar ou mudar o rumo da carreira

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Investir em uma nova formação pode ajudar quem não dispõe dos fundamentos da área
São Paulo - Retornar às salas de aula é um desafio para profissionais que decidem mudar de carreira ou se especializar em um determinado segmento de atuação. Enfrentar uma nova graduação não é um procedimento simples para quem já está no mercado de trabalho, mas pode ser um dos caminhos que levam à realização profissional. 
Especialistas ouvidos por EXAME.com indicam quais os pontos principais que devem ser considerados pelo profissional antes de voltar à faculdade.
Já tenho diploma. Devo voltar à faculdade?
Depois de uma escolha feita no fim da adolescência e anos de estudo até garantir o diploma, entrar no mercado de trabalho parece ser o ideal de todos os profissionais. Há aqueles que, no entanto, percebem que a carreira não tomou o rumo desejado e esperam alterar a trajetória profissional na procura por uma nova graduação.
“Para quem já tem um diploma, o mais indicado é procurar um curso de graduação apenas se a nova carreira exige algum tipo de qualificação técnica ou registro profissional, como médicos, advogados ou psicólogos, por exemplo”, opina Verônica Rodrigues, especialista em coaching executivo.
Segundo Verônica, para as demais carreiras, é possível investir em formação complementar em vez de sobreposição, já que “um retorno à graduação exige uma dedicação de tempo livre e dinheiro”.
Os profissionais que por algum motivo assumiram funções que não são as padrões para a formação adquirida, mas que carecem de conhecimento básico e fundamentos da profissão também podem optar por voltar às salas de aula.
“Esse tipo de situação é comum em pessoas da área técnica e comercial, e mesmo para profissionais liberais, que descobrem competências em outras áreas no percurso da carreira e acreditam que a especialização não terá profundidade suficiente para as funções que assumiram”, explica Karen Mascarenhas, consultora da DBM Career Transition.
O que levar em consideração? 
As pessoas que estão há algum tempo no mercado de trabalho precisam estar preparadas para o ônus da mudança. “É provável que o novo nível de carreira inicialmente esteja abaixo do anterior, por isso o profissional deve avaliar se está preparado para a transição”, diz Karen.
Antes de tomar a decisão, o profissional também deve avaliar o mercado e falar com pessoas da área desejada para ter certeza da necessidade de graduação. “Muitas vezes a especialização ou cursos de curta duração como pós-graduação e MBA podem fornecer os fundamentos necessários”, diz Elaine Saad, gerente geral da Right Management no Brasil.
Segundo Karen, essa aproximação do segmento em que vai atuar deixa o profissional mais seguro da decisão. 
Além disso, a dedicação a um novo curso de graduação exige mais do que coragem. “O profissional deve estar ciente de que vai precisar de fôlego para se dedicar diariamente aos estudos durante os dias de semana e nas horas livres", diz Elaine.
Como avaliar o momento certo?
Para quem tem medo de tomar uma decisão precipitada ou demorar demais para mudar de carreira, os especialistas informam que o retorno à faculdade pode ser feito a qualquer momento.
 “O mote para avaliar a hora certa de voltar à faculdade é sentir falta de algum conhecimento para a função. Isso é mais comum em torno dos 30 anos, mas cada vez mais as pessoas têm procurado satisfação profissional em pontos diferentes da carreira”, afirma Karen. 
O conselho também é dado para quem volta a estudar em pós-graduação ou MBA. “Quando perceber que a metodologia do trabalho está antiquada ou não oferece os resultados desejados, o profissional deve procurar uma atualização dos seus conhecimentos, mesmo que já possua uma especialização anterior”, sugere Verônica.

Quando é tarde para retomar os estudos?
Os especialistas concordam que nunca é tarde para seguir uma nova vocação. “Uma carreira pode ser compensadora até um certo período da vida e depois a pessoa descobrir que prefere buscar outras formas de gratificação profissional”, diz Verônica.
Para Elaine, “seja na procura por um novo curso, seja na procura por especialização, o profissional não pode perder o foco no aprendizado constante”.

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